Localizada no centro-sul da Itália, Abruzzo estende-se desde o coração dos Apeninos até ao Mar Adriático, num território predominantemente montanhoso e selvagem.

Nas altas montanhas, entre picos imaculados e paredões rochosos, encontram-se centros turísticos e zonas equipadas para esqui e desportos de inverno, como Pescasseroli, Rivisondoli e Roccaraso.

A área vitivinícola da região de Abruzzo concentra-se particularmente nas colinas costeiras e em algumas zonas montanhosas do interior.

A região é encimada pela cordilheira dos Apeninos orientais de Abruzzo, cujos Monti della Laga, Maiella e Gran Sasso, que se erguem a uma curta distância do mar, marcam uma clara divisão climática entre as áreas internas e a área marítima, protegendo esta última de massas de ar úmido provenientes do Mar Tirreno.

O solo permeável e seco, o clima e a proteção dos ventos frios e úmidos constituem condições muito favoráveis ​​para a viticultura de Abruzzo, de cujo cultivo se produzem vinhos de excelente qualidade que combinam bem com os pratos tradicionais típicos da região.

A região vinícola de Abruzzo possui 18 denominações:

O território que forma os vinhedos de Abruzzo vê a província de Teramo, caracterizada por suaves colinas não muito longe do mar, onde a variedade Montepulciano expressa o que há de melhor nas suas qualidades.

Na DOCG Montepulciano d`Abruzzo Colline Teramane esta variedade destaca-se por um caráter robusto e aristocrático, adequado para longa guarda, com os aromas típicos enriquecidos pelas nuances conferidas por maturação em madeira.

O Pecorino e a Passerina, variedades brancas típicas da província de Teramo, também dão origem a vinhos frescos, estruturados e, sobretudo se obtidos a partir do Pecorino, com excelente estrutura e teor alcoólico.

Em alguns municípios também há espaço para Merlot, Chardonnay, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, que se expressam em vinhos monovarietais de qualidade dentro da denominação Controguerra DOC.

Pescara e a sua província, hoje dividida nas zonas Terre dei Vestini e Terre di Casauria, de cujos territórios derivam as subzonas homônimas do vinho DOC Montepulciano d`Abruzzo, apresenta-se com vinhos de elevada qualidade, graças também ao trabalho de artesãos do vinho e produtores que ambicionam a excelência, com vinhas com mais de 50 anos em terrenos expostos a regimes de brisa e fortes variações de temperatura, seguindo obsessivamente cadeias de abastecimento e recurso a fermentações espontâneas.

Aqui se produz um Trebbiano d`Abruzzo DOC famoso em todo o mundo, complexo e estruturado.

No interior da província de L`Aquila os vinhedos de montanha têm uma produção bastante limitada.

O Vale do Peligna, berço de Montepulciano (Montepulciano d`Abruzzo DOC e Montepulciano d`Abruzzo Colline Teramane DOCG), é uma bacia localizada no sopé dos maciços Majella e Velino-Sirente.

As subáreas da denominação Montepulciano d`Abruzzo DOC são Terre dei Peligni, com os rendimentos mais baixos e vinhos mais elegantes, e Alto Tirino, onde o território do sopé, as fortes variações de temperatura e as exposições mais ensolaradas conduzem a um nível estruturado e excelente.

Além disso, os vinhos Cerasuolo d`Abruzzo DOC são produzidos com boa acidez e deliciosos aromas de frutas silvestres.

A última subárea é Teate, a maior, cujo território abrange toda a província de Chieti.

Nas fronteiras de Molise, a província de Chieti é o gigante vitivinícola de Abruzzo, onde se concentra 80% da produção regional, ligada sobretudo às grandes cooperativas que nos últimos anos têm trabalhado para propor uma diversificação da oferta, com a valorização de variedades tradicionais como Pecorino, Passerina e Cococciola, além de Merlot, Chardonnay e Pinot Grigio.

Por último, merecem destaque as novas denominações municipais Tullum DOCG, com diversas tipologias, incluindo expressões monovarietais de vinhas locais e internacionais, Ortona DOC, que utiliza Trebbiano Abruzzese, Trebbiano Toscano e Montepulciano, e Villamagna DOC, concentrada em Montepulciano.

Os climas mediterrâneo e continental determinam as condições atmosféricas de Abruzzo.

A primeira diz respeito às zonas montanhosas e costeiras, enquanto a segunda diz respeito às zonas internas.

As áreas plantadas se dividem em Montanha: 4%, Colinas litorâneas 58% e Colinas internas: 38%

Em relação aos maciços dos Apeninos Centrais, o Majella e o Gran Sasso assumem a importante função de proteger a zona oriental da região dos climas frios do inverno.

No verão, porém, sobretudo nas zonas interiores e no sopé, as variações acentuadas de temperatura beneficiam a maturação das uvas, conferindo-lhes os seus aromas característicos.

Os solos calcário-argilosos que incluem as áreas de produção localizadas na parte montanhosa são caracterizados por brisas vindas das montanhas dos Apeninos e do mar.

Estes solos são particularmente ideais para a produção de vinhos estruturados e, em relação à casta Montepulciano, dão a oportunidade de expressar melhor o seu potencial.

Os solos argilo-arenosos, situados na zona montanhosa próxima da costa e caracterizados por um clima mais ameno, são particularmente adequados ao cultivo de uvas brancas.

Entre os sistemas de cultivo da vinha praticados em Abruzzo, prevalece a forma Abruzzese Pergola, um sistema antigo recentemente reavaliado, e outras formas de Cordão Esporado e GDC (Geneve Double Courtain).