Carlos José Arruda
Professor








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França França - Beaujolais
Localização

Beaujolais é uma sub-região da região da França.

Introdução Mais

A região de Beaujolais fica na parte mais ao sul da Borgonha, logo depois de Lyon, é famosa pela tipicidade única de seus vinhos, produzidos com a uva tinta Gamay.

Apesar de ser considerada como parte da Borgonha, a tipicidade de seus vinhos se mostra tão forte que conferiu a essa região uma identidade própria.

A uva Gamay

A uva Gamay é uma das variedades tintas da Borgonha, autorizada nos vinhos Borgonha genéricos, e tradicional nos vinhos da apelação Passe-Tout-Grains, onde ela aparece em cortes com a Pinot Noir.

Entretanto, a Gamay é a uva emblemática do Beaujolais, onde sua adaptação ao clima mais ameno no sul da Borgonha possibilitou o desenvolvimento de uma vinicultura específica na região.

Embora em pequeno número, alguns produtores da Borgonha, nas sub-regiões de Mâcon e Chalon, também produzem vinhos varietais de Gamay que podem surpreender pela qualidade e elegância. Isso nos mostra que nos terroirs adequados essa uva pode criar grandes vinhos, como acontece nos Crus de Beaujolais.


Mapa vinícola do Beaujolais

Mapa vinícola do Beaujolais

Vinhos da Sub-região do Beaujolais

O Beaujolais é um vinho fresco, frutado e jovial, deve ser bebido quase gelado e acompanha petiscos, frios e carnes de aves, e se caracteriza pelo uso da uva Gamay, que marca o Beaujolais com um estilo único e informal.

O vinho de Beaujolais ficou famoso mundialmente a partir do projeto do Beaujolais Nouveau, que é o primeiro vinho a ser engarrafado na nova safra.

Originalmente o Beujolais Nouveau era um vinho simples, vinificado rapidamente, compartilhado por todos os vinicultores locais para festejar a nova safra, mas um criativo projeto de marketing amparado pelo governo francês propôs a distribuição mundial no novo vinho, transportado pelos aviões da Air France, para degustações realizadas na terceira quinta-feira de novembro, a cada ano.

A proposta funcionou muito bem durante os primeiros anos, perdendo parte do interesse devido à simplicidade do vinho, se comparada ao preço de venda resultante da logística envolvida.

Apesar da sua diversidade de estilos, o conceito geral do Beaujolais é de um vinho menor, mais simples, com taninos rústicos quando jovem, corpo leve e pouca complexidade, pois essa é a definição dos produtos básicos dessa apelação.

Ultimamente o consórcio de produtores de Beujolais vem trabalhando para mudar esse conceito, fazendo apresentações em todos os países importadores, onde mostram as belas características dos seus Crus, caminhando para elevar o prestígio desses vinhos tão interessantes.

Em linhas gerais podemos resumir os Beaujolais em 5 grupos, segundo seus estilos gustativos:

Fáceis, deliciosos, frutados

Beaujolais e Beaujolais Villages Nouveaux

Aromáticos, expressivos e macios

AOP Beaujolais - tintos, rosés e brancos

AOP Beaujolais Villages - tintos, rosés e brancos

Tenros, redondos e frutados

Chiroubles

Brouilly

Régnié

Finos, sedosos e perfumados

Fleurie

Saint-Amour

Côte de Brouilly

Intensos, potentes e generosos

Juliénas

Chénas

Morgon

Moulin-à-Vent

Além das classificações Beaujolais e Beaujolais Villages, os demais são 10 Crus oficialmente definidos, que são vinhedos de alta categoria, assim classificados por suas características de maior qualidade, bem ao estilo da Borgonha.

Os vinhos dessas localizações são mais prestigiados, mais complexos e têm preço mais elevado, e o nome do Cru figura no rótulo.

Principais Variedades de Uvas Tintas

Gamay

Principais Variedades de Uvas Brancas

Chardonnay

Geografia e Clima

Graças à sua situação geográfica na França, a região do Beaujolais é afetada por três fortes influências climáticas: Oceânica, Mediterrânea e Continental, alternando-se primaveras úmidas, verões quentes e secos, outonos quentes, tipo `verão indiano´ e invernos muito frios.

Os vinhedos estão plantados em altitudes entre 200 e 500 metros, em encostas de rios locais - as mais íngremes da França- afluentes do Rio Saône.

O território tem grande diversidade de solos antigos, de variadas rochas em decomposição.

Dessa forma, o Beaujolais tem um terroir rico em variações, que lhe permite produzir vinhos com estilos variados, explorando apenas as uvas Gamay e Chardonnay.

Safras

2015: Uma excelente safra, caracterizada por sua maciez e sua generosidade, a riqueza e o equilíbrio. Os vinhos são excepcionalmente ricos, exuberantes, com uma sólida estrutura tânica que promete um grande potencial de envelhecimento.

2009: Um ano excelente, de vinhos perfeitos. histórico, características organolépticas excepcionais, grande complexidade => Perfeição!

2011: Grande safra, com vinhos ricos, generosos e sedosos, muito parecida com 2009

2010: Safra magnífica, vinhos frutados, macios e aromáticos.

2013: Safra tardia, os vinhos são estruturados com uma bela expressão aromática e muito frescor.

2014: Safra muito boa, caracterizada por maciez, finesse, elegância, estrutura e persistência aromática.

2016: Safra muito boa , os vinhos são frutados, frescos e aromáticos. Ressaltam-se a finesse, a elegância e a maciez, com taninos redondos e sedosos.

Os Crus de Beaujolais

Além das classificações básicas Beaujolais e Beaujolais Villages, existem 10 Crus oficialmente definidos, apelações delimitadas com vinhedos de alta categoria, assim classificados por suas características excepcionais de qualidade, bem ao estilo da Borgonha.

Os vinhos dessas apelações são mais prestigiados, mais complexos e têm preço mais elevado que as básicas, e o nome do Cru figura no rótulo, Partindo da extremidade norte da região, em direção ao sul, abaixo da cidade de Beaujeu, a ordem dos 10 Crus é:

Juliénas, Saint Amour, Chénas, Moulin-à-Vent, Fleurie, Chiroubles, Régnié, Morgon, Côte de Brouilly, Brouilly

É interessante ressaltar que o bloco norte da região do Beaujolais, onde fica o grupo dos 10 Crus, é cercado por diversas áreas classificadas como Beaujolais Villages, que técnicamente compartilham clima e solos similares, mas não chegam a produzir vinhos tão destacados.

Essa diferença de classificação se deve a inclinações e orientações menos favoráveis, mas isso explica a ótima relação qualidade-preço dos Villages, se comparados aos vinhos da AOP Beaujolais, que fica na metade sul da região, em condições geo-climáticas diferentes.

Veja informações detalhadas de cada um dos Crus nos links das Apelações

História

A história da região do Beujolais não difere muito de várias regiões francesas.

Na região havia uma importante estrada romana que seguia pelos vales dos rios Rhône e Saône, por onde circularam legiões durante o século 2, e também trouxe ocupantes que ali produziram vinhedos, na Côte de Brouilly, por eles chamada de Brulliacos, e em Morgon.

A partir do século 7, após o declínio romano, a manutenção desses vinhedos foi perpetuada pelos monges, nessa época tudo isso pertecia ao Ducado da Borgonha, e os vinhos locais eram chamados de Beaujolais a partir da cidade de Beaujeu (a tradução literal seria Beaujoleiro).

A partir do século 14 o destino do Beujolais foi marcado pelo banimento da uva Gamay da parte alta da Borgonha pelo duque Philippe le Hardi. Como a região já tinha tradição dessa variedade, foi aqui que ela se manteve, inclusive pela melhor adaptação aos solos locais que os da Côte d`Or.

O Beaujolais se manteve produtivo e desconhecido do mundo até os anos 50, mas ali já existia a tradição de beber aquele vinho frutado, leve e saboroso, logo após a colheita, o Beaujolais Nouveau, que foi explorado comercialmente e fez a fama da apelação.

Atualmente a associação de produtores trabalha no sentido de divulgar e valorizar os seus 10 Crus, vinhos mais complexos e estruturados que os Beaujolais básicos, esses sim, leves, frutados e saborosos.

Dados de Produção do Beaujolais
Área de Vinhedos: 17.000 hectares
Produção de Vinhos: 109.000.000 garrafas
Mais informações no site:

Internet www.beaujolais.com
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Créditos

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